Alergia alimentar: um novo despertar

por | 1/12/15

Estar trabalhando com famílias que apresentam alergia a proteína do leite – APLV, a glúten, castanhas, dentre outras restrições alimentares, orientando uma alimentação e estilo de vida saudável, me possibilitou observar que nesses casos as mudanças são muito mais rápidas e profundas. Apesar de todas as dificuldades e sofrimento por abandonar velhos hábitos e principalmente grande parte dos produtos industrializados, o bem estar do bebê e/ou criança é o que motiva esses pais a continuarem. O meu trabalho é tornar isso mais fácil para eles. Por isso, eu conduzi  uma roda de conversa com mais de 70 pessoas para compartilhar informações e dicas úteis a respeito desse assunto.

Dentre várias questões debatidas na roda, uma das que mais se destacou tratava do aumento do número de casos de alergias e intolerâncias alimentares.  Dentre as causas desse aumento,  estão o excesso de alimentos de má qualidade (processados e refinados), excesso de químicos, como metais pesados, poluentes e agrotóxicos, que danificam a superfície intestinal e a microbioma.

Sendo assim, a alergia aparente trouxe novo despertar para uma alimentação saudável. Depois do período inicial, em que de repente tudo está restrito, abre-se um novo mundo com comidas que não faziam parte da dieta e maneiras diferentes de preparar alimentos. Todas as mães que estavam presentes relataram que mesmo se a alergia melhorar no futuro, se sentem muito melhor agora e não querem voltar ao estilo de alimentação antigo, por preferir muito mais uma alimentação natural e integral.

“Mesmo que os meus 4 filhos não tenham mais alergia alimentar no futuro, eu jamais penso em voltar a me alimentar da forma que era antes”.

Para quem não participou da roda de conversa, vou dividir aqui as dicas principais:

  • Planejamento: ajuda a evitar problemas em viagens, festas e outras ocasiões. Muitas mães compartilharam que levam refeições feitas em casa congeladas para uma semana em uma caixa térmica para garantir a alimentação livre de alérgenos quando viajam.
  • Conscientização: foi o que Mariana, mãe do Douglas, ressaltou em seu depoimento. Douglas, pequeno grande guerreiro que conquistou uma batalha contra o autismo através de uma alimentação saudável e livre de alérgenos (para ele leite, glúten e soja) unida a atividade física, hoje leva uma vida normal. Para ela, o mais importante é explicar de maneira enfática a ele que aqueles alimentos não lhe fazem bem. Assim, ela se sente segura quando alguém lhe oferece algo, pois ele sempre pergunta quais ingredientes estão presentes no alimento e recusa se souber que contém algo que lhe faz mal. Clique aqui para saber mais sobre sua história.
  • Qualidade: optar por alimentos orgânicos e naturais, obtidos através de agricultura familiar em feiras, hortas caseiras, sítios etc. O contato direto com os produtores é importante para poder obter informações sobre o que está sendo utilizado no cultivo. Também é a melhor forma de evitar aditivos alimentares e outras substâncias químicas que podem intensificar o quadro de alergia.
  • Comunidade: participar de grupos, seja uma participação pessoal ou mesmo em redes sociais ou por whatsapp, é uma ferramenta que tem ajudado muito aquelas mães e pais que passam por isso. Compartilhe sua história e tenha alguém para conversar sobre o que está acontecendo, trocar informações é aprender.

Nós também tivemos a colaboração de vários parceiros, que estão tornando as vidas de quem vive com alguma restrição alimentar mais fácil com produtos saudáveis e livres de alérgenos. Segue aqui a lista dos participantes:

Como tivemos muita procura nessa primeira roda, estamos organizando a próxima para o ano que vem.  Se você tiver interesse em realizar uma roda de conversa em sua escola, trabalho ou até mesmo em casa, entre em contato por aqui para mais informações.

Espero que esse post tenha ajudado, afinal, não é fácil viver com restrições! E você? Tem alguma alergia ou intolerância? Compartilhe aqui sua experiência e dicas preferidas!

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